Desde que o Brasil foi escolhido para sediar a Copa do Mundo 2014, o país foi tomado por um sentimento de expectativa em todos os sentidos – do desempenho da seleção às oportunidades que o mundial vai trazer em termos de legado e negócios. Da parte das empresas, é clara a mobilização para aproveitar a atmosfera em torno da Copa para expandir os negócios e investir em ações promocionais e de marketing. Afinal, o mundo todo estará com os olhos voltados para as 12 capitais que receberão os jogos do mundial entre 12 de junho e 13 de julho.
O clima é de festa, mas também é o momento perfeito para fazer negócios. A afirmação é de Gilmar Pinto Caldeira, diretor de hospitality do Grupo Águia, empresa que adquiriu os direitos de comercializar os camarotes corporativos e o programa oficial de hospitalidade da Copa. “Consideramos a Copa o melhor momento para fazer negócios, porque o interesse pelo futebol no Brasil vai do presidente ao office boy. Ninguém descarta um convite para ver um jogo da Copa do Mundo. O futebol é o primeiro esporte do mundo em praticantes e audiência, fazer o Mundial no país do futebol é uma oportunidade que se tornou única, porque essa geração não vai ver nada igual”, declara.
O programa de hospitalidade consiste na oferta de pacotes com ingressos, camarotes e outros serviços nos estádios que receberão jogos do mundial, permitindo que empresas levem seus clientes para tratar de negócios ou utilizem a experiência como um programa de incentivo para seus funcionários. Há opções para reuniões mais reservadas e para levar uma grande quantidade de pessoas às partidas, todas comercializadas pelas empresas do Grupo Águia, que conseguiu o direito de venda desses pacotes junto à Match Hospitality, o braço da Fifa responsável pela hospitalidade dos campeonatos oficiais.
De acordo com Caldeira, a procura pelos pacotes é grande. Desde o início de 2012, quase 10 mil reuniões foram realizadas para negociar os serviços e mais de 1,5 mil empresas nacionais já garantiram presença na Copa por meio do programa de hospitalidade. Companhias do mundo todo mostraram interesse, mas são os nomes nacionais os que mais têm se destacado. “Quem está fora do país da Copa não fica preocupado em comprar antes. Essas empresas começam a comprar os pacotes agora que estão sendo definidos os times classificados. Com os brasileiros, existe um movimento diferente. Sabendo que o Brasil é anfitrião e está classificado, eles já saíram na frente”, explica.
Novos estádios
Os serviços de hospitalidade já estão consolidados em mercados como os Estados Unidos e a Europa, mas é algo inicial no Brasil. Caldeira, porém, acredita que o segmento vai “explodir” a partir da Copa, uma vez que os estádios se transformaram em arenas, onde há locais especiais para o oferecimento desses serviços. “As arenas são a entrada definitiva do Brasil nesse segmento. Com as arenas, teremos estrutura de primeiro mundo, e isso muda as coisas. Sem as arenas, o Brasil tinha apenas campos de futebol, e se você quisesse fazer um evento com empresas, tinha uma grande dificuldade”.
A tendência, continua o executivo, é que os serviços de hospitalidade passem a ser explorados mais frequentemente em outros eventos. Shows, festivais e outras apresentações, assim como competições esportivas de outras modalidades, devem abrir espaço. “Cada vez mais os eventos reservam lugar para a hospitalidade. Esses serviços deixam uma marca inesquecível na sua relação com a empresa”, finaliza.