Daniel Prado, Karina Israel, Ana Monte, Nuno Capeta, Daniel Japiassu, Renata Lebrão e Marcos Alves“Esperamos um projeto como este há dez anos.” É assim que Karina Israel, diretora-executiva da YDreams Brasil, define a fachada interativa para o Hotel WZ Jardins, criada pela agência de tecnologia e design em parceria com o Estúdio Guto Requena.

Com previsão de inauguração para março deste ano, o hotel está transformando a paisagem da avenida Rebouças, em São Paulo. A fachada foi toda pixelada com placas de led e muda de cor de acordo com a situação ambiente. Sensores instalados no prédio monitoram sons, temperatura e qualidade do ar. Os dados são transformados em efeitos visuais com padrões gráficos coloridos. “O impacto de um edifício é brutal. É uma tela gigantesca. Fazer isso como arte é mole. O desafio é fazer com um cliente. A gente consegue viabilizar produções que são grandiosas”, orgulhou-se Karina. Além de reagir ao ambiente em tempo real, o prédio ainda recebe estímulos das pessoas por meio de um aplicativo desenvolvido pela YDreams. “É um organismo vivo. Ele responde à cidade”, contou Karina. Quem assina a iluminação do projeto é a New Energy.

O objetivo da agência é proporcionar aos clientes de seus clientes uma experiência tão simples e positiva quanto a que já é oferecida pelo mobile hoje em dia. “As pessoas não têm mais a mesma capacidade de lembrança que tinham antes. Com a experiência, você consegue a retenção, porque coloca a marca no emocional”, disse Karina.

Para a executiva, o que a YDreams faz não é futurismo, mas inovação. “O mundo mudou muito em tecnologia, mas os ambientes ainda não evoluíram na mesma medida”, declarou.

Um indicador de que essa linha de trabalho funciona é, por exemplo, o que aconteceu em Petrópolis, região serrana do Rio de Janeiro. A agência lançou, em 2012, em parceria com a Ambev, a Cervejaria Bohemia, e o projeto aumentou o turismo na região. O Museu Imperial de Petrópolis passou de 240 mil visitantes em 2011 para uma média de 280 mil.

Para 2015, as perspectivas da empresa são positivas, pois já há vários projetos sendo encaminhados. “Este vai ser o ano de retail experience. Tem que se diferenciar no PDV porque é lá que está a decisão de compra”, falou.

A YDreams surgiu no ano 2000, em Portugal, baseada no conceito de computação ubíqua, que defende um uso mais natural da tecnologia, como o que acontece com a internet das coisas, por exemplo. “A tecnologia não importa como fim. É só uma maneira de contar a história”, afirmou a executiva. A agência já executou mais de 900 projetos nos 30 países onde está presente.

Karina conheceu o trabalho da YDreams quando foi fazer mestrado em tecnologia, ciência e sociedade na Universidade de Salamanca e MBA na Universidade Nova de Lisboa. “Achei o máximo o trabalho deles e vi um grande potencial para a publicidade. Trouxe ao Brasil para apresentar e os publicitários ficaram loucos”, contou Karina. A executiva abriu, então, a YDreams Advertising e, em dois meses, o novo braço representava 80% da rentabilidade da empresa.

Um dos primeiros trabalhos da agência foi a criação da flagship store da Vodafone em Portugal. “Fomos a primeira flagship do ocidente. Antes só havia algo assim no Japão”, explicou Karina.