É inegável o legado que a Copa do Mundo deixou para o Brasil. Foram estádios, obras viárias, ampliação de alguns aeroportos, entre outros. Mas ainda falta uma lição de casa por parte do governo. É o que afirma Toni Sando, presidente-executivo do SPCVB (São Paulo Convention & Visitors Bureau). “Falta o dever de casa da política pública do país de ter aproveitado toda a imagem positiva que a Copa do Mundo gerou para estar trabalhando esse período lá no exterior. E isso não está acontecendo”, diz.
Para Sando, o país estaria “perdendo tempo” para fazer a divulgação do Brasil como destino turístico. “A imagem do país foi tão positiva que o governo deveria fazer uma ação, uma campanha para atrair turistas”, afirma.
De acordo com dados da SPTuris, durante a Copa do Mundo, 541.779 turistas passaram por São Paulo – fato que fez aumentar em 20% o número de visitação em alguns pontos turísticos. O levantamento também mostrou que R$ 1,8 bilhão de receita foi gerada com gastos dos turistas na capital paulista.
O executivo afirmou ainda que, no período do Mundial, houve uma inversão de público: o país deixou de receber empresários para receber turistas. “Mas também veio muita gente de empresas envolvidas com a compra de camarotes, que fizeram ações de marketing de relacionamento”, diz. “Obviamente que, na Copa, não teve aquilo que chamamos de turismo de negócios porque ninguém quis correr o risco de trazer os seus eventos no período”, destaca.
Ainda segundo Sando, em termos de público, a cidade de São Paulo recebe o equivalente a uma Copa por mês. “A cidade está aquecida, tem muitos eventos acontecendo e a capital está sendo procurada para ser sede de outros encontros”, ressalta. A capital paulista gerava R$ 8 bilhões por ano em turismo de negócios e, atualmente, esse número pulou para R$ 15 bilhões.
Para 2015, a previsão é pautada pelo otimismo. A cidade irá receber dois grandes eventos – a Convenção Mundial do Rotary Club, onde são esperadas cerca de 40 mil pessoas; e o Worldskills 2015, maior torneio de educação profissional do mundo.
São Paulo também deverá ser uma das principais cidades beneficiadas com os Jogos Olímpicos de 2016, com sede no Rio de Janeiro. “É bem provável que os hotéis da capital paulista sejam utilizados por algumas equipes e turistas”, conclui Sando.