Adaptabilidade e paciência estão entre os principais aprendizados do home office (Crédito Freepik)

Os oito meses de aprendizados do home office estão estampados no “Mobility 2020”, estudo feito pela consultoria de recursos humanos brasileira Global Line em parceria com a norte-americana Worldwide ERC.

Apenas 25% das empresas consideravam o trabalho remoto como uma alternativa integrada à sua cultura até março de 2019, quando a pandemia do novo coronavírus foi confirmada pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Com a quarentena, a grande massa de trabalhadores foi obrigada a aderir ao home office, que acabou impulsionando novas atitudes e habilidades. 

Adaptabilidade e paciência (18%), equilíbrio entre a vida pessoal e profissional (16%), organização (16%), gestão do tempo (11%), criatividade (10%), empatia (6%), valorização dos relacionamentos (6%) e foco (6%) estão entre os principais ensinamentos. 

Algumas tarefas se mostraram mais fáceis do que se imaginava, como a comunicação de trabalho em equipe (25%) e trabalhar em casa (19%). O trabalho remoto vem gerando sentimentos positivos, como produtividade (52%), proteção (47%) e conexão (30%).   

A nova edição da pesquisa “Mobility 2020” é realizada anualmente com profissionais de recursos humanos. Neste ano, o estudo foi feito entre os meses de agosto e outubro, coletando respostas de 145 empresas multinacionais que atuam no Brasil. Das empresas entrevistadas, 69% possui mais de dez mil funcionários e 70% fatura mais de US$ 1 bilhão ao ano. A maioria (61%) tem sede fora do Brasil.

“A amostra das empresas respondentes é ampla e diversa o suficiente para caracterizar de forma precisa o mercado como um todo”, garante Andrea Fuks, diretora da Global Line. O levantamento foi dividido em duas etapas. A primeira parte foi direcionada para melhores práticas de Global Mobility. Já a segunda fase ouviu os profissionais de recursos humanos sobre a experiência com o home office em tempos de pandemia.

Apesar das lições, os limites entre as atividades domésticas e profissionais é um dos principais desafios (44%) ao lado da conexão de internet (42%) e de ruídos e interrupções (40%). O estudo ainda lista dificuldades ligadas à socialização (68%), confiança (33%), feedback (22%), metas (22%) e liderança (15%). 

Os pontos de melhoria a serem revistos pelas empresas, são: segurança de dados (79%),  comunicação efetiva (74%), maior foco em uma cultura humanizada e  colaborativa (70%), engajamento dos trabalhadores (65%), recebimento dos novos colaboradores (53%), revisão de práticas organizacionais (52%), avaliação de performance (51%) e treinamentos para o desenvolvimento humano (49%).