Você passa muito tempo online? Ao acordar a primeira coisa que você faz é pegar o celular? Se a resposta foi afirmativa, fique tranquilo, você não está sozinho. Mas em um mundo em que as pessoas estão conectadas 24 horas por dia, momentos de desconexão são cada vez mais raros, valorizados e ganham cada vez mais adeptos. Você já parou para pensar se chegou a hora de um detox digital? 

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Para o sócio-diretor da agência 3yz, Roberto Sirotsky, o celular virou uma extensão do corpo e tem um papel na história tão relevante quanto o fogo e a roda. “Estamos aprendendo a lidar melhor com esta nova dinâmica e iremos conseguir ter a disciplina necessária para focar em algumas atividades sem interrupção, e, assim, aproveitarmos melhor os momentos com outras pessoas na vida real. Será fundamental encontrarmos momentos de nos desligarmos, não é por acaso que atividades como meditação crescem tanto”, revela.

Seja para o bem ou para o mal, a tecnologia já faz parte da evolução humana. Segundo o presidente da R/GA, Fabiano Coura, o que importa é o que se faz com a conectividade ou com o excesso de informação que todo mundo carrega hoje no bolso. “Como tudo na vida, o caminho é tentar aproveitar o lado bom disso tudo, seja para crescer como indivíduo ou para crescer um negócio. Por isso, acho que é menos sobre a desintoxicação e mais sobre a busca pelo equilíbrio que vem pela reflexão do que é excesso e dispensável na vida de cada um. Com o tempo sendo o recurso mais escasso na vida da gente, todo mundo tem de encontrar o seu “botão de modo avião”. O meu é um menininho de dois anos, chamado Luiz, que é muito mais gostoso no mundo real do que no FaceTime”, afirma.

Mas como se desconectar se o mundo dos negócios, do entretenimento e, até mesmo, as nossas conexões pessoais e sociais estão totalmente voltadas para o digital? Para o diretor da Teads, Fabricio Proti, não há necessidade de um detox digital, mas, sim, de um equilíbrio. “Existe uma tendência natural para que as pessoas fiquem mais tempo conectadas. O mundo gira em torno da informação e estar conectado é a melhor forma de se relacionar com tudo e com todos”, conclui.

Já sobre a migração dos meios tradicionais de mídia para a era do on demand, Proti acredita que será mais difícil atrair a atenção do consumidor, já que ele é bombardeado por conteúdos relevantes e irrelevantes. “Nesse cenário, é fundamental oferecer soluções que atendam ao interesse das pessoas e proporcionem uma boa experiência online com as marcas. Somente assim estaremos também assegurando uma maior receptividade à publicidade digital”, finaliza.

O site Digital Detox Holidays oferece um guia de lugares no mundo, com diferentes níveis de desconexão, para quem deseja se hospedar e fugir da tecnologia. O vice-presidente de planejamento da Sunset, Cleber Paradela, resolveu tomar uma medida radical e passou quase um mês sem usar a tecnologia. “Há alguns anos percebi que estava imerso de tal forma nas redes sociais e devices que isso começou a impactar no meu sono, produtividade e vida social. Viajei por 2 mil quilômetros visitando festivais de música, cinema, gastronomia e fotografia pelo interior de MG, RJ e SP usando o celular apenas como GPS. O que aprendi nesse experimento foi que a gente deixa de prestar atenção em muitas coisas por conta da tecnologia. Passei a reparar mais nas pessoas, na natureza e na beleza das pequenas coisas que nos cercam. Mas, como todo mundo, voltei das férias e continuo imerso na tecnologia como todas as pessoas”, comenta.

Porém, uma nova tendência chama a atenção dos usuários, estão sendo desenvolvidos diversos aplicativos que simulam ambientes desconectados para que as pessoas possam relaxar. Será que isso vai funcionar?