Growth Hacking é um termo que existe há mais de uma década e foi criado por Sean Ellis em 2010 para designar profissionais de marketing que utilizam muito a tecnologia para o crescimento de empresas. No Brasil começou a ganhar grande notoriedade por volta de 2012, com o início das startups totalmente focadas em inovação, que precisavam tracionar rápido seu valor para o mercado.
No início da demanda, o growth hacker era alguém extremamente requisitado no mercado, considerado “O Cara” que salvaria a empresa. Depois do boom e da maturidade em analisar de fato o papel dele, entendemos que Growth Hacking não deve ser um profissional e sim um mindset do negócio. Afinal, é preciso inovar, experimentar, se basear em dados, pesquisar e isso não pode ser realizado apenas por uma pessoa, mas sim, tornar-se parte da cultura organizacional.
Como o próprio nome já diz “Growth Hacking”, são técnicas de crescimento, por isso, já adianto que temos que tirar o profissional da zona de conforto, testando diversas ações com métricas e prazos pré definidos para garantir a eficiência.
· Objetivo – É atrair mais clientes? Gerar Leads? Trazer engajamento?
· Prototipação – Como aplicaremos a ideia? Quais canais? Quem o fará? Que área?
· Resultados Esperados – Quais as métricas nos guiarão para análises? Foi bem sucedido? Foi o resultado esperado?
É bem importante a utilização da metodologia de Design Thinking (até mais especificamente Double Diamond), para que as experimentações sejam bem definidas e que não executem testes com mais de uma variável em cada ação. É essencial um A/B bem delineado. Não adianta lançar uma campanha com diversas variáveis como imagens, criativos, públicos distintos e até mesmo orçamentos diferentes, que saberemos de fato o que foi mais relevante e o que fez a diferença nas experimentações. O Growth Hacking possibilita diversas ações simultâneas, desde que não sejam concomitantes em seu objetivo ou até mesmo prototipação.
Costumo dizer que isso deve ser algo multidisciplinar. Eu mesmo estou estudando diversos livros e fazendo cursos de neurociência e neuromarketing, como técnicas de criação de campanhas mais criativas e persuasivas. Growth hacking diz muito sobre estruturar estratégias orgânicas e pagas utilizando todos os canais de comunicação possíveis, seja SMS, e-mail, redes sociais, Telegram, landing pages, entre outros. Sabemos que nesta função o crescimento é o principal objetivo, mas compreendermos perfeitamente o meio e a importância de validar se estão funcionando, aí é onde entra minha disciplina preferida: DADOS.
Costumo dizer no meu time que a premissa básica para a equipe de Growth é “Não sabemos de nada” até experimentar e medir cada ação. Growth Hacking é ser totalmente orientado a dados (Data Driven) e dar total autonomia aos times para inovar.
É imprescindível que a equipe esteja engajada com a cultura e o propósito da empresa, respirando o branding todos os dias, pois só assim, será possível engajar diversas ações simultaneamente para em seguida, analisar e medir o que deu muito certo e o que não foi como esperado. Dentro de um time, cada profissional tem percepções diferentes de uma mesma circunstância e isso enriquece muito os brainstorms.
No mindset Growth tudo deve ser medido e analisado. Com isso, geramos insights significativos que nos permitem perseverar em uma ação, pivotar ou simplesmente pará-la. Autonomia e liberdade para errar são essenciais para intensificar a cultura. O time deve ser multidisciplinar e em nossos brainstorms, a opinião vale mais que a posição do colaborador.
Em um ambiente inovador e focado em resultados, é fundamental manter a cultura do feedback e feedforward, tanto para o receptor, quanto para o emissor. Os feedbacks são presentes para sua própria evolução e os feedforwards são o que esperamos do profissional nos próximos dias, para que todas as expectativas sejam alinhadas mitigando quaisquer frustrações. Isso ocorre no desenvolvimento de um projeto, de uma ação de marketing ou até mesmo em assuntos relacionados à mudança de posição dentro da empresa.
Marcel Souza é CMO e Co-fundador da UAUBox