Esta semana é festa na Taba de Cannes. Marshall Mcluhan, professor de comunicação da Universidade de Toronto, Canadá, avisou que o mundo iria virar uma aldeia.
Ele anteviu, em 1960, que o avanço nas tecnologias de informação facilitaria a troca de conhecimento entre diferentes povos. O mundo se transformaria numa organização semelhante às aldeias onde tudo e todos estariam conectados.
E se transformou.
O tema aldeia global faz todo sentido hoje em dia. E faz mais sentido ainda para a indústria da comunicação comercial, a publicidade.
Praticamente 8 bilhões de pessoas no mundo estão conectadas e quase tudo está conectado. Porém, a comunidade criativa em especial vive realmente esse fenômeno da aldeia global. Tanto que faz todo sentido tribos de vários lugares se encontrarem para se ver, falar um pouco e contar sua experiência.
Criativo antes de ser criativo é nerd, conectado e atento. Se na ciência acontece algo novo, o publicitário pode usar para uma campanha.
Em medicina, psicologia, sociologia, tecnologia, dados e comportamento. Tudo pode virar assunto de uma campanha que pode captar a atenção, entreter e educar.
Por isso, em Cannes, é tempo de rosé, em vez de ayahuasca.
Agora é hora de comemorar essa busca insana por originalidade e resolução de problemas, relaxar um pouco e colocar as coisas em perspectiva.
A tribo dos publicitários dessa aldeia global é particularmente diferente.
O publicitário tem uma curiosidade de como a ideia original acontece, quer aprender os caminhos, a direção certa em cada encruzilhada de entendimento. Quais botões emocionais que impulsionam as pessoas foram acionados para solucionar crises, mudar hábitos e explicar coisas importantes para a vida e para a vida das marcas?
A taba de Cannes vai receber gente de todas as tribos globais para um drinque. Lembra muito a visão diversa de George Lucas, em “Star Wars”, naquele bar em que viajantes de todo o lado da galáxia se encontram para falar dos mesmos problemas do universo.
O universo está numa aldeia? Fale tão simples para a aldeia e estará falando ao universo.
Assim como os povos originários buscam conexões intensas com a natureza, as árvores, os animais, o clima, os rios.
Nessa aldeia buscamos a conexão superior com a natureza humana. Entender a humanidade, o inconsciente coletivo; os pêndulos históricos; os avanços científicos; os retrocessos; os medos das pessoas, as suas esperanças e como tudo isso convive na comunicação representam um desafio para a sensibilidade humana e muito trabalho.
“Um rosé, por favor!”
Flavio Waiteman é CCO-founder da Tech and Soul
flavio.waiteman@techandsoul.com.br