Estamos entrando no mês de planejamento anual do próximo exercício. Gestores de negócios estão à volta da análise da performance do ano vigente e das perspectivas para 2024 para fechar um planejamento consistente. Nunca é tarefa fácil.
As variáveis externas não controláveis estão sempre nos surpreendendo, exigindo agilidade e criatividade para mudanças de rumo que são vitais para conquistar a perenidade do negócio. Quem poderia prever a pandemia que nos assolou nos anos 2020 e 2021?
Os reflexos foram desastrosos para muitos, mas foram também catalisadores de transformações importantes, gerando novos ensinamentos e quebras de paradigma.
O trabalho remoto, por exemplo. Todo o receio que havia antes da pandemia caiu por terra e, por necessidade, as empresas descobriram que podiam, sim, manter uma boa performance com o sistema de home office.
A pandemia acabou e a volta às condições de trabalho presencial exige nova adaptação.
Colaboradores resistem a retornar à rotina de deslocamentos diários e deixar para trás os benefícios do home office.
A solução encontrada é híbrida, buscando a flexibilidade de forma de trabalho, mas tentando resgatar a riqueza dos contatos presenciais, tão importantes para fortalecer a cultura das empresas.
Pois bem, estamos agora às vésperas de um novo ano. Temos as guerras localizadas, que causam grande comoção, mas ainda sem uma visão clara de reflexos para nós, brasileiros.
Qual a sua expectativa para o próximo ano? O Brasil conseguirá impulsionar sua economia, aproveitando suas condições privilegiadas para uma transição energética mais sustentável?
Conseguiremos monetizar nossa diversidade e nosso verde?
Teremos estabilidade política e econômica? Será que teremos surpresas importantes? As reformas virão e tornarão nosso mercado mais previsível e seguro?
É a hora de fazermos apostas e planejarmos nossas atividades com base em algumas premissas nem sempre cartesianas.
É preciso também um nível de coragem e sensibilidade para fazer a diferença.
Que tal privilegiar a sustentabilidade no seu planejamento? Sustentabilidade vista de maneira ampla, abrangente, significando a melhor forma de crescer em bases sólidas.
Crescer pensando no conceito do triple bottom line, de John Elkington, levando em conta o lucro – sempre necessário e importante –, mas pensando também nas pessoas e no planeta.
Está mais do que provado que uma visão mais sensível e empática leva as empresas a uma melhor performance.
Um desenvolvimento consciente e responsável deve levar em conta os princípios do capitalismo consciente, o capitalismo de stakeholders, e também os critérios ESG (aspectos ambientais, sociais de governança), sem deixar de lado a visão solidária de contribuir de alguma forma com o atingimento de alguns dos 17 ODS da ONU, os objetivos de desenvolvimento sustentável.
Estas são variáveis muito importantes para o seu planejamento. São variáveis contemporâneas, que vão determinar o seu nível de empatia e de engajamento aos princípios que são os mais caros à sociedade, sequiosa por mais respeito, inclusão e ética.
E você deve se alinhar a esses princípios o mais rápido possível, seja por amor – pela consciência de que somos todos corresponsáveis por um mundo melhor – ou pela dor, pela pressão dos seus clientes e consumidores que vão cobrar cada vez mais a observância às melhores práticas.
Hoje, esse alinhamento é um diferencial competitivo, mas tende a ser um risco para os negócios. Não espere mais!
Faça de 2024 um ano sustentável para você, sua empresa e para a sociedade, como um todo.
Coloque uma boa pitada de sustentabilidade, inclusão e diversidade no seu planejamento. O benefício será seu e de todos!
Alexis Thuller Pagliarini é sócio-fundador da ESG4
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