Meta criou Threads para bater Twitter, que virou X
Uma das campanhas mais comentadas do ano, “VW Brasil 70: O novo veio de novo” utilizou inteligência artificial para colocar a cantora Maria Rita ao lado de sua mãe, Elis Regina, morta há 41 anos. Pela primeira vez, elas cantaram juntas a música ‘Como nossos pais’, de Belchior.
Criado pela AlmapBBDO para comemorar os 70 anos da montadora alemã, o filme lançado no dia 3 de julho dividiu opiniões. Alguns consumidores elogiaram o uso da tecnologia para emocionar, outros questionaram os limites éticos intrínsecos à utilização da ferramenta para reviver pessoas. No dia 10 de julho, o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu representação ética para analisar a campanha, mas o processo foi arquivado. Marca e agência retomaram a veiculação do filme, um dos três indicados aos Melhores do ano do propmark na categoria Campanha.
Outra polêmica envolveu as big techs. A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, lançou a rede social Threads com a intenção de concorrer com o Twitter, adquirido pelo bilionário Elon Musk em 2022. No dia 24 de julho, Musk renomeou a rede para X, encerrando a presença de um ícone entranhado na história mundial das redes sociais.
Já o Google lançou no Brasil o Bard, tecnologia de inteligência artificial turbinada pelo Gemini, modelo mais avançado de IA anunciado neste mês de dezembro.
Reportagem de capa analisou a criação do cargo de chief happiness officer (CHO) pelas empresas. Feliz mesmo ficaram as marcas que entraram na onda rosa da Barbie. O live-action da Warner, um dos filmes mais aguardados do ano, inspirou inúmeras ativações nos mais diversos segmentos, que aproveitaram a memória afetiva criada pela boneca para estabelecer conexão e engajamento com os consumidores. A Barbiemania atraiu não só uma legião de fãs aos cinemas, lojas e shoppings, como a audiência nas redes sociais. Só no TikTok, foram mais de dois bilhões de posts.
Enquanto a Globo anunciou nova identidade visual do Prêmio Profissionais do Ano, que agora é identificado pela abreviação PPA, o Grupo Dreamers conquistou a conta da então Via, hoje Grupo Casas Bahia, após longa temporada na VLMY&R. O projeto resgatou a assinatura “Dedicação total a você” em trabalho conduzido pela Pullse, agência pertencente ao Grupo Dreamers. A primeira campanha foi lançada em setembro com o retorno do garoto-propaganda Fabiano Augusto. Um mês depois, Allan Barros, CEO da Pullse, concedeu entrevista ao propmark para detalhar o plano que pretende “colocar Casas Bahia na preferência do consumidor novamente”, contou Barros.
Nas redes sociais, a ação “Eu me depilo pra isso”, da Gillette Venus, que traz a PPK da Claudia como influenciadora da marca, dividiu opiniões. A diretora de marketing Nicole Jardim disse que a ação foi pautada pelo respeito à relação de cada mulher com a sua pele e a decisão de optarem ou não pela depilação.
Agosto destaca OOH
Terceira mídia com mais investimentos publicitários no país, o meio out-of-home ganhou a preferência das marcas. Edição Especial elencou os motivos da aceleração, após queda acentuada durante a pandemia.
Projeto da Eletromidia e da AlmapBBDO ganhador de Ouro em Media e de Bronze em Brand Experience & Activation no Cannes Lions deste ano, “Abrigo amigo” começou em dez pontos de ônibus de São Paulo, e logo anunciou a meta de inaugurar cem espaços em até 90 dias, incluindo o Rio de Janeiro. Entidade representativa da mídia OOH, a Central de Outdoor aproveitou o momento para relançar o seu prêmio após dez anos. Os vencedores foram anunciados em cerimônia realizada em setembro em São Paulo.
Em agosto, o propmark destacou um setor que ainda pode render muitos negócios à propaganda. Praticamente anônimo, o agronegócio precisa intensificar ações de marketing para alcançar o consumidor final. Agências especializadas surgem para dialogar com toda a cadeia.
Setembro traz The Town
Um dos festivais mais esperados do ano, o The Town ocorreu em São Paulo nos dias 2, 3, 7, 9 e 10 com patrocínio de 30 marcas. Heineken, Volkswagen, Riachuelo, KitKat, Seara, Itaú, iFood, Latam, Vivo e Porto foram alguns dos players responsáveis por mais de 220 ativações descritas em reportagem que se transformou em manchete. O festival assinado pela Rock World, mesma empresa que organiza o Rock in Rio, movimentou cerca de R$ 1,7 milhão, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Perceber os movimentos e aspirações sociais que podem beneficiar ou prejudicar a imagem das marcas é um trabalho contínuo da reportagem do propmark. Um desses fenômenos é o capitalismo woke, que empurra as empresas para o centro da batalha social.
O despertar para a defesa de grupos identitários é um caminho sem volta, mas críticas acerca de exageros e cancelamentos começam a atingir esferas políticas, obrigando lideranças de empresas a rever o peso da agenda social em suas estratégias de marketing.
Leia a íntegra da reportagem na edição impressa do dia 18 de dezembro.