Entre os destaques da feira estão os lançamentos da Hyundai, como o HB20x

 

Com o Brasil na mira das fabricantes, o 27º Salão do Automóvel de São Paulo reuniu nesta segunda-feira (22) 49 montadoras nacionais e estrangeiras, que apresentaram os modelos avaliados como estratégicos para crescerem no Brasil. O país é o quarto maior mercado automotivo do mundo, atrás de Estados Unidos, China e Japão, e considerado um dos mais importantes pelo seu potencial de crescimento nos próximos anos.

Entre as quatro principais fabricantes do setor, Volkswagen e GM foram as que mais se empenharam na apresentação de suas apostas para 2013. Com um estande de 5 mil m², o maior do Salão, a VW apresentou a versão renovada do Gol, que contou com a presença do craque Neymar, garoto-propaganda da marca. O ceo mundial da fabricante, Martin Winterkorn, fez o lançamento mundial do Taigun, em sua primeira visita ao Brasil.

De acordo com Ulrich Hackenberg, chefe de pesquisa e desenvolvimento da Volkswagen, o Taigun é um “tributo” ao Brasil, que “estabeleceu novos padrões de segurança, qualidade e conforto a preços acessíveis”, e que o modelo SUV compacto é ideal para a “selva urbana”. A montadora ativa seu espaço no Salão do Automóvel por meio de ações em parceria com o Instituto Criar, como as “narrações premiadas”, que darão ao vencedor de um concurso uma viagem à Inglaterra, e o envio de cartões-postais personalizados com os icônicos Fusca e Kombi.

Já a GM falou da plataforma Onix, seu principal lançamento para ganhar volume nos próximos anos e que conta com a expectativa de se tornar um “Best seller”, segundo Marcos Munhoz, vice-presidente da companhia no Brasil. O modelo voltado ao mercado popular é o oitavo apresentado pela montadora norte-americana desde setembro do ano passado e chega em três versões de motor e de personalização, com um preço de entrada de R$ 29.990 e o sistema MyLink, que conecta o usuário aos seus dados de smartphone por meio da plataforma bluetooth. O lançamento teve a presença do ceo mundial da GM, Dan Akerson, que veio ao Brasil pela primeira vez.

Quatro mais

As quatro maiores fabricantes hoje dividem-se entre  Volkswagen, a segunda maior vendedora de carros do país, com 21,2% de participação no acumulado do ano; a GM, na terceira posição, com 17,7% de participação; a Ford, com 9% de market share; e a líder Fiat, com 23,1% de participação. A montadora italiana não trouxe nenhum grande lançamento este ano. Sua aposta é a versão especial do Cinquencento, produzido em parceria com a Gucci. A nova versão do carrinho terá apenas 50 modelos neste ano e o objetivo é gerar awareness para a montadora ao reforçar suas propostas em matéria de design e estilo. A versão de volume para Cinquencento é o modelo Cabrio, o primeiro conversível da Fiat no Brasil. A expectativa de vendas com o carro é de mil unidades por ano.

Também foram trazidas versões especiais para Palio, Siena e Novo Uno. “As séries especiais trazem mudanças estilísticas ou estruturais e nos permite renovar a marca, traz agilidade a ela, mesmo que não apresentemos constantemente grandes lançamentos”, explicou João Batista Ciaco, diretor de publicidade da Fiat Brasil.

A Ford trouxe seus principais executivos para o lançamento de quatro modelos: o novo Fiesta; a nova versão do EcoSport, desenhado no Brasil e globalizado pela fabricante; o novo Fusion; e o novo crossover Edge. Jim Farley, vice-presidente global de marketing da montadora, disse que a grande aposta comercial é o EcoSport, em um momento em que o setor automotivo enfrenta dificuldades em seus principais mercados, como Europa e Estados Unidos. “Vemos um futuro brilhante para esse carro. Indianos, chineses, russos e os consumidores do leste europeu estão muito animados com o novo EcoSport”, disse Farley, pontuando que o segmento de SUV, no qual o EcoSport está posicionado, é o que mais cresce no mundo, principalmente entre os emergentes.

O executivo ressaltou que ganhar volume não é a grande aposta da montadora. A proposta atual da marca é a democratização da tecnologia, apontou. Isso explica a inclusão do sistema Sync Media, desenvolvido em parceria com a Microsoft, nos quatro modelos apresentados nesta segunda-feira. “O Brasil é o quarto mercado mais importante para nós, mas não é só uma questão de volume. As mudanças culturais do país criaram um consumidor que nos desafia e exigem novos produtos, com design nobre e boa tecnologia”, afirmou.

Estrangeiras

Entre as estrangeiras, a Hyundai foi o grande destaque. A montadora sul-coreana ampliou a família HB20 com o anúncio de mais dois modelos para acompanharem o compacto de mesmo nome, desenvolvido especialmente para o Brasil com a aposta para ser o carro de volume da fabricante. Neste Salão do Automóvel, foi oficialmente lançado o crossover HB20x, uma versão offroad do compacto que está sendo comunicado desde agosto e já gerou grande interesse por parte do público. “O modelo é baseado no HB20, mas com um toque SUV”, afirmou Airtou Crousseau, diretor executivo da Hyundai Brasil, que espera retorno proporcional ao modelo que chefia a nova fase da montadora asiática no país.

Após o lançamento de três teasers do HB20, a Hyundai recebeu uma demanda que surpreendeu a própria montadora: 70 mil pessoas demonstraram intenção de comprar o carro, que já teve seu primeiro lote esgotado. “Já consideramos ampliar nossa capacidade de produção de 150 mil veículos anuais em nossa fábrica, porque já sabemos de antemão que esse volume será vendido”, afirmou Cássio Pagliarin, gerente de marketing da Hyundai. Segundo o executivo, a campanha de marketing para o HB20 será a maior já feita pela montadora no país, desenvolvida em parceria com a Havas, sua agência no país. “O investimento será equivalente ao que Volkswagen fez para lançar o Gol e que Fiat realizou para o Novo Uno”, comparou. A marca também mostrou as novas gerações do i30 e do Santa Fe.

Ainda entre as asiáticas, a Honda mostrou o primeiro projeto voltado exclusivamente para o mercado brasileiro, o Fit Twist. Com motor 1.5 flex, o compacto chega às revendedoras já em novembro. A montadora ainda lançará o novo Civic em fevereiro de 2013, em três versões de motor, e anunciou que projeta renovar a frota de City e CR-V. Para dar conta da demanda brasileira, a marca japonesa anunciou a ampliação de sua fábrica no país, com um investimento de R$ 100 milhões em dois anos.

Quem também lançou um modelo de entrada foi a Peugeot, que mostrou o 208 no mês em que a marca completa 20 anos e oito meses no Brasil, país que também fabricará o modelo. Apesar de não entrar para substituir o 207, o lançamento é tido como o “novo ícone de marca” para Fréderic Drouin, diretor geral da Peugeot Brasil, contando com a herança dos mais de 15 milhões de veículos da família 200 comercializados. Garoto-propaganda da marca, o ex-tenista Gustavo Kuerten mostrou ao público uma nova versão do 308 e já prometeu estrelar um novo comercial para a empresa francesa.