Masp na Av. Paulista, um dos cartões postais de São Paulo

 

Todos os dias, mais de 11 milhões de pessoas circulam pelas suas ruas e avenidas, um trânsito de culturas, costumes e hábitos tão diferenciados quanto as milhares de opções de serviços, lazer e cultura que a cidade oferece. Sampa, Terra da Garoa, Paulicéia Desvairada, o apelido não importa: paulistano de nascença ou de coração, quem pela selva de cimento sobe e desce com frequência logo aprende que amor e ódio se completam e, sim, convivem em harmonia. “Como toda cidade grande, São Paulo tem seus problemas. Nos últimos anos, muitos investimentos têm sido feitos no sentido de minimizar essas dificuldades. As obras são constantes e estão em todo lugar. A verdade é que São Paulo nunca estará pronta de fato. Aqui, as mudanças são ininterruptas — e também a isso nos adaptamos”, diz Marcel Solimeo, superintendente da Associação Comercial de São Paulo.

Solimeo: São Paulo não tem muito mais para onde se expandirO economista frisa outros setores que, atualmente, têm sido o foco do dinheiro em movimento na metrópole, que completa 459 anos nesta sexta-feira (25): sistema financeiro, comércio, bares e restaurantes. “Veja, por exemplo, o número de shopping centers que têm sido inaugurados nos últimos anos”, destaca.

Até a crise econômica mundial, que no último ano afetou a vida de milhões de pessoas pelo mundo teve seu reflexo na megalópole nacional de maneira bastante particular. “Em 2012, a economia brasileira no geral não teve um desempenho brilhante. Mesmo assim, os números não foram nada alarmantes. O reflexo da crise mundial em São Paulo foi sentido levemente em setores muito específicos e no varejo, especificamente, o desempenho foi bom. Há muitos anos a cidade vem sofrendo uma mudança estrutural. Gradativamente, muitas indústrias deixaram a capital rumo ao interior. Ficaram as menores, menos poluentes. Por outro lado, o setor de serviços disparou. São Paulo deixou de ser polo industrial para rapidamente tornar-se polo de tecnologia, informática, comércio eletrônico. Todo esse fluxo manteve o crescimento urbano. Eu diria que São Paulo não tem muito mais para onde se expandir”, afirma Solimeo.

Custos

Viver em São Paulo exige cada vez mais controle nas contas. Frequentemente na lista das cidades mais caras do mundo, em levantamento feito por consultorias como a Mercer e o banco suíço UBS, a Terra da Garoa oferece melhores salários — devidamente gastos com aluguéis e serviços mais dispendiosos que no restante do país.

“O que mais consome o dinheiro do paulistano é, sem dúvida, a manutenção do lar. Alimento, moradia e educação dos filhos exigem planejamento. Já o transporte se destaca por consumir não apenas parte do salário, mas, também, uma parcela valiosa do tempo da maioria dos habitantes da capital”, declara Solimeo. O economista defende a teoria de que, embora os problemas de deslocamento aumentem todos os dias, a longo prazo o cenário deve suavizar-se.

Ciclovias

As faixas vermelhas já se espalham pelos bairros paulistanos e estimulam os moradores a tirar da garagem as bicicletas. Embora já tenha sido adotada por um pequeno grupo como meio de transporte diário, a “magrela” ainda carece de uma estrutura melhor elaborada. “Não acredito que a bicicleta ganhe o posto de meio de transporte diário, simplesmente porque a cidade não foi preparada para isso durante o seu desenvolvimento. Ainda é muito complicado pedalar em meio ao trânsito — e isso não deve mudar significativamente. Já como opção de lazer, sem dúvida nenhuma as ciclovias chegaram para ficar”, diz Solimeo.

Comemorações

Embora a capital ofereça opções de lazer para todos os bolsos, os gastos das famílias com atividades do gênero ainda são secundários, diz o superintendente da Associação Comercial de São Paulo. Para o aniversário da cidade, no entanto, atrações variadas terão ingressos a preços populares ou entrada gratuita para o público.

Iniciativa do governo estadual paulista, o projeto Cultura Livre SP promoverá encontros entre a nova e a tradicional geração da MPB. No dia 25, no Parque Villa-Lobos, os cantores Leo Cavalcanti, Thiago Pethit e Anelis Assumpção se unem à Trupe Chá de Boldo. No Parque Ecológico do Tietê, a música fica por conta do grupo Del Rey, com suas versões de sucessos do rei Roberto Carlos. Também na sexta, no Vale do Anhangabaú, Zélia Duncan, Rita Lee, Arnaldo Antunes, Criolo e Emicida festejam a data com show promovido pela Secretaria Municipal de Cultura.

Para quem prefere música clássica, a Jazz Sinfônica e a Orthesp se apresentam no Theatro São Pedro. Já no Pátio do Colégio, o samba fica por conta do grupo Demônios da Garoa, em evento da rádio CBN.

No Parque do Ibirapuera, a nova edição do Planeta no Parque, com patrocínio de Abril, CPFL Energia, Bunge, Petrobras e Caixa, terá oficinas, caminhadas monitoradas e uma instalação com obras gigantes, de até 6,8 metros de altura, na sexta e sábado (25 e 26). E no MIS (Museu da Imagem e do Som) acontece mais uma vez o projeto Conexão Cultural, que une exposições, shows e feira gastronômica. O feriado é, também, uma ótima oportunidade para conhecer e circular pelos pontos históricos da cidade, como a Catedral da Sé e a Pinacoteca do Estado de São Paulo.