Sócios e respectivamente VP de Mídia e VP de criação da Loducca, Daniel Chalfon e Guga Ketzer se apresentaram no Festival of Media Latam, em Miami, no início da tarde desta quinta-feira (2), onde falaram sobre o comportamento humano no mundo digital.
“More store doing, less sorytelling”, afirmou Ketzer, ressaltando que hoje em dia as marcas não podem ficar apenas contando suas histórias, mas sim devem fazer com as pessoas participem de sua história e ajudem a contá-la. O criativo citou cases recentes da agência, como o polêmico “Somos todos macacos”, que gerou uma discussão grande na mídia sobre o fato da campanha ter sido programada anteriormente junto com Neymar; e “Loja Vazia”, que contou com a colaboração das pessoas para construir o case e fazer doações de roupas, brinquedos e livros.
No caso da campanha envolvendo Neymar, a repercussão acabou sendo positiva pela causa abraçada, a do racismo. Mas se tivesse uma marca comercial por trás? Ao propmark, Daniel Chalfon disse que os anunciantes, em caso assim, costumam ter mais cautela. Porém, muitos já arriscam. “E como disse o Guga, em sua apresentação, é entrar na onda. Depois que dropou, não tem como voltar atrás”, ressaltou
O VP de mídia da Loducca falou também sobre a “moda do viral”. “Todo mundo quer um viral. E para isso é preciso construir uma história com o consumidor. É ele quem irá viralizar ou não, sua campanha”, disse, mas ressaltando que não existe uma fórmula fixa na publicidade. “Uma rede de varejo, por exemplo, não pode pensar em uma campanha para viralizar. Tem mais é que colocar seu trabalho na rua e vender. Não existe uma fórmula padrão”.
Para Chalfon, a publicidade hoje está deixando de ser algo onde o que importa mais é o tamanho da verba. “O grande investimento é na ideia. É isso que irá determinar o sucesso ou não de uma campanha”.
Conexão
Antes da dupla da Loducca, James Galpin, head of media & digital solutions da Millward Brown para a América Latina, e Aris De Juan, presidente da Clear Channel Outdoor LatAm, abordaram o consumidor conectado, fornecendo hábitos de consumo de mídia da nova geração.
“Para 44% das pessoas na América Latna, uma das razões para as pessoas serem multitelas, hoje, é compartilhar com os amigos nas redes sociais o conteúdo que está consumindo naquele momento. Globalmente, este índice é de 39%”, revelou Galpin.
Já De Juan falou, dentro a ideia do mundo conectado, sobre a mídia exterior e a força desta mídia. “Hoje, mais de 50% da população mundial é urbana e passamos 25% mais fora de casa do que há 10 anos. Fora isso, a chance de se deparar com a publicidade exterior na rua é maior do que 80”, disse.
Com esses dados, De Juan ressaltou que é importante para a mídia exterior ser criativa. “E tem que mostrar inovação”, disse, exemplificando com o case “Magic of flying”, da OgilvyOne de Londres para a British Airways, vencedor do GP de Direct no Cannes Lions deste ano – um outdoor na capital inglesa que, toda vez em que um avião da companhia aérea passava por aquela rota, surgia um menino apontando para o alto e informando para onde aquela aeronave estava indo.
O executivo também afirmou que a publicidade exterior é transacional, móvel e engajadora. “E amplifica a audiência, por meio das redes sociais”, finalizou, mostrando um outro case de mídia exterior, da Coca-Cola no Peru, que viralizou no Facebook da Clear Channel, atingindo mais de quatro milhões de pessoas em poucos dias.