Não é pra soltar fogos. Afinal, temos uma situação ainda muito preocupante e a escalada de infecção e de mortes continua ascendente no Brasil. Mas não dá pra conter o entusiasmo com os primeiros sinais de distensão da quarentena, principalmente em São Paulo.

Pouco a pouco, o horizonte começa a ficar menos carregado e podemos ver até uma luz brilhando ao fundo. Já temos shoppings, restaurantes e outras atividades liberadas. As agências de serviços de mar- keting também já podem voltar aos seus escritórios, se quiserem. Mas o mais importante é a flexibilização de realização de eventos em São Paulo.

A partir do próximo dia 27/7 já poderemos voltar a organizar e frequentar eventos culturais e corporativos com público sentado. Entendemos que esses eventos são aqueles que não geram grandes aglomerações. Ainda sentimos falta da flexibilização para feiras e exposições comerciais, que continuam com a perspectiva de liberação num longínquo outubro.

Já o fiz aqui, mas volto a comparar a feira comercial aos shoppings, que já obtiveram autorização de funcionamento. Esperamos que o governo do estado de São Paulo reveja esse prazo e antecipe a liberação das feiras e exposições comerciais. Não se trata de querer precipitar nada. Eu sou daqueles que defendem a adoção de medidas de prevenção com rigor.

Mas também defendo a retomada, feita de forma cuidadosa e com a exigência de protocolos rigorosos. A simples perspectiva de um cronograma de distensão já anima mercados e gera esperança de minimizar as perdas do ano, ainda que parcialmente.

O negócio de eventos está totalmente parado há quatro meses, causando um prejuízo estimado em R$ 75 bilhões ao mês,
se considerarmos todo o ecossistema impactado.

E aí se incluem alimentos e bebidas, hospedagem, transporte e outros tantos subsetores que gravitam em torno dos eventos. Há ainda a perda de milhares de empregos. Por isso o meu contido entusiasmo com a perspectiva de retomada. Precisamos começar rapidamente um movimento de retorno, procurando abrir caminho para realizações dentro do campo de possibilidades que se apresenta agora. É preciso ter cuidado e rigor com os protocolos, mas é preciso também alguma coragem para realizar.

Há diversas empresas com excesso de zelo, já preestabelecendo que só realizará ou permitirá a participação de colaboradores em eventos apenas em 2021.

Vamos esperar um pouco mais, antes de tais decisões. Se tivermos uma queda consistente da curva de infecção poderemos, a exemplo de outros países, acelerar a distensão, destravando a economia.

Vou repetir para não deixar dúvidas da minha posição: acredito no impacto dessa pandemia sem precedentes, que, sabemos, é muito mais do que uma “gripezinha”. Devemos, sim, respeitar o distanciamento e obedecer todos os protocolos de prevenção para evitar um retrocesso.

Mas devemos, também, ficar atentos
aos sinais de arrefecimento da pandemia para começar uma mobilização positiva pela retomada de atividades. Uma retomada que virá carregada de cuidados e também de inovação.

Nesses últimos quatro meses muitos tiveram insights e aprofundaram projetos que aceleraram processos de digitalização de negócios e de formas alternativas de tocar suas atividades.

Sabemos que criatividade rima com necessidade e essa longa crise catalisou soluções que estavam engavetadas ou mesmo fora do radar. Já estamos presenciando iniciativas de retorno dos eventos.

Eu mesmo estou envolvido na realização de um neste dia 14/7 próximo, quando a Ampro organizará o evento híbrido O live marketing pronto para a retomada, que será realizado em São Paulo, mas com transmissão para todo o Brasil.

Por isso que arrisco um sorriso por debaixo da minha máscara. É um sorriso contido, mas de esperança por dias melhores.

Alexis Thuller Pagliarini é presidente-executivo da Ampro (Associação de Marketing Promocional) alexis@ampro.com.br