Texto: Fábio Adiron

O mundo dos negócios frequentemente se apropria de termos existentes para transformá-los na moda do momento. São as denominadas “buzzwords” que, a grosso modo, poderíamos traduzir como chavões.

Disrupção, que vem do latim rumpere – quebrar, é uma delas, mas não é exatamente uma palavra moderna. Seu primeiro uso em língua inglesa, identificado pelo dicionário Merrian Webster, é de 1622, ou seja, em breve vai completar 400 anos.

O evento que associou inovação a disrupção foi um artigo de Clayton Christensen, publicado na Harvard Business Review em 1995, mas foi apenas nos últimos anos, com a explosão das startups e suas tecnologias que se tornou modismo atribuir o adjetivo disruptivo a toda e qualquer inovação, mesmo quando a imensa maioria nada tem de disruptivo e, cá entre nós, muitas nem têm nada de inovador.

A boa notícia é que você não precisa ser disruptivo para ser inovador. Existem várias formas de inovar que permitem melhorar seus produtos e serviços de forma sustentável e contínua.

Você pode inovar de forma incremental criando funções levemente diferentes, escovas de dentes, smartphones e até mesmo o Google são bons exemplos.

Olhe para o seu mercado, identifique os pontos de erosão na cadeia de valor do cliente e imagine como seu produto ou serviço pode os resolver (Shutterstock)

Também pode ser mais radical, com mudanças muito diferentes (e ainda assim não disruptivas). É uma situação comum na indústria farmacêutica onde, muitas vezes, descobre-se uma nova aplicação para um medicamento que foi desenvolvido para resolver outro problema.

Pode inovar a arquitetura do produto ou serviço, alterando a configuração e a interação dos componentes, a Kodak (que depois foi engolida pela fotografia digital) foi a primeira a criar uma câmera automática, fazendo com que seus componentes interagissem de forma a poupar o fotógrafo amador de atividades manuais como foco e ajuste de luminosidade. Ou ser apenas modular, alterando um componente sem alterar a configuração – veja o caso da evolução das bicicletas.

Você só não pode esquecer algumas regras básicas. A primeira é a de não perder tempo resolvendo problemas (do mercado) que não existem. A segunda, fazer da inovação uma cultura permanente da empresa (ainda que cada projeto de inovação seja temporário) e não dormir sobre os louros de uma vitória. E a terceira é que só existe inovação quando uma boa ideia é colocada em prática.

Olhe para o seu mercado, identifique os pontos de erosão na cadeia de valor do cliente. Imagine como seu produto ou serviço pode resolver isso, e mãos à obra.

Seus clientes e prospects vão perceber e agradecer por isso.

Fábio Adiron é professor do curso Fintechs, transformação digital e o impacto nos negócios, que faz parte do Dynamic ESPM, programa que dá liberdade ao estudante para definir cada etapa do seu desenvolvimento profissional. Para saber mais sobre o curso, que tem início em 8 de novembro, clique aqui.

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