Gostaria de convidar a todos para uma reflexão. Qual será o caminho para a TV convencional continuar sendo a protagonista diante da transformação digital exponencial que vem acontecendo e será potencializada com a chegada do 5G? Há quase 100 anos, desde que John Baird criou a primeira televisão, o meio passou por importantes e imensuráveis evoluções e narrou os momentos mais importantes da humanidade a partir daí. Mas, agora, o que a TV nos reserva para o futuro? A resposta reside em dois pontos: os avanços tecnológicos e as mudanças no comportamento do consumo de mídia.
A relação das pessoas com a TV e a forma de consumir conteúdo audiovisual mudou bastante na última década. Hoje, a TV está disponível em qualquer lugar, streaming em smartphones e tablets para que as pessoas possam assistir seus programas favoritos a qualquer hora. O aparelho de TV continua e continuará sendo uma importante ferramenta para o consumo de mídia, mas os níveis de alcance estão caindo entre 2% e 3% a cada ano, à medida que os comportamentos de visualização se fragmentam na crescente variedade de conteúdo de streaming.
Esse movimento, marcado pela transformação digital, tecnologia em nuvem e ascensão das smart TVs, fez o modelo da TV convencional ser cada vez mais questionado por utilizar uma tecnologia cara, precária e por dificultar o acesso, principalmente, fora das capitais, onde muitos acabam buscando os serviços de TV por assinatura para conseguir acesso aos canais abertos. Tudo isso foi fundamental para o crescimento e fortalecimento de empresas como a Netflix, entre outras, mas é apenas uma parte da história.
A evolução da TV se intensificará nos próximos anos. Com novas tecnologias e um impulso para novas formas de entretenimento e o surgimento de novas plataformas gratuitas e interativas de canais de TV. Muitas delas unindo em uma única interface possibilidades de entretenimento com canais abertos, por assinatura e pay per view, combinando transmissão linear ou por vídeos on demand, bem como recursos de social TV, Live Commerce, T-Commerce e compra diretamente nos canais.
Esse mercado ficou muito mais forte com a pandemia. Hoje, o telespectador busca interatividade e grande diversificação de conteúdo. Neste sentido, as novas ferramentas promovem uma melhor integração entre audiência, conteúdo, publicidade e consumo. Não tenho dúvidas de que a TV do futuro é um formato que mistura TV gratuita, baseado nos sistemas de streaming, objetivando a verdadeira digitalização do meio, local e global, e a inclusão digital para todos. A TV do futuro será uma experiência imersiva para os telespectadores.
Em vez de simplesmente assistir algo acontecer em suas telas, os espectadores participarão do programa e terão a chance de interagir e potencialmente impactar o resultado das atrações, além de possibilitar que os usuários interajam e façam compras nos programas ao vivo, tudo por meio da tela. O crescimento do streaming forçou a TV convencional a se tornar mais personalizada, o que significa que os consumidores podem obter exatamente o que desejam sem nada extra. E é isso que as novas plataformas, misturando a experiência de assistir TV com a tecnologia de streaming, estão fazendo e atraindo novos e fiéis usuários.
Ricardo Godoy é CEO e head de inovação e transformação Digital da Soul TV - godoy@soultv.com.br
